Cervejas safradas ainda são raras em terras brasileiras. Nosso mercado cervejeiro, por ser relativamente novo, recebeu pouca coisa que merece ser guardada.
Para que uma cerveja evolua com o tempo, ela deve apresentar estrutura para isso. Força alcoólica, lupulagem acentuada e refermentação na garrafa são algumas delas. Porém, a maioria das cervejas deve ser bebida o mais jovem Possível, já que não são desenhadas para enfrentar o tempo.
Em setembro do ano passado, durante minha Trappist Tour, passei pela cidade de Antuérpia, onde conheci o Kulminator, um bar especializado em cervejas safradas. A carta deles é de chorar. Raridades como Chimay Bleue 1982, Thomas Hardy’s de vários anos, dentre outras, fazem um apaixonado por cervejas como eu não querer mais ir embora de lá! Porém, o Kulminator merece um post a parte, e apenas o citei agora para comentar que a cerveja abaixo, veio de lá, e foi dada de presente ao amigo André Clemente. E eu tive a sorte de ser convidado por ele para degustá-la!
Apesar de saber que a Chimay Première não apresenta a estrutura ideal para a guarda, estávamos ansiosos para saber como a cerveja produzida em 1987 havia se comportado na garrafa. Já haviam se passado 23 anos, mas de uma Chimay sempre pode-se esperar o melhor. No ano anterior eu já tinha passado por uma experiência interessante, quando na 1a Degustação Histórica provei uma Carlsberg 1964, que apesar de não estar perfeita, era bebível.
A Chimay Première 1987 também não estava perfeita, mas apresentava notas interessantes. Com baixa carbonatação, quase não formou espuma. No aroma, frutas secas e nozes dominavam as sensações, enquanto o paladar trazia leve adocicado, amêndoas, caramelo e um leve frutado. Sem dúvidas, uma experiência fantástica!
As empoeiradas é uma seção do blog onde degusto cervejas de minha adega, que eu mesmo deixei envelhecer ou já comprei envelhecidas.
4 comentários:
Olá Edu!
Como sempre, belo post!
Esse bar deve ser ótimo, hein? certamente vou querer conhecê-lo quando for para lá...
É muito interessante fazer essas experiências de guardar cervejas que podem ser envelhecidas e depois comparar as diferentes safras e a ação do tempo sobre elas... imagino que essa experiência deve ter sido fantástica mesmo!
Abração
Diego Cartier
Diego,
O bar é sensacional! Obrigatório para quem gosta de cervejas!
Abração
É, o Kulminator é lenda mesma.
E essa Chimay devia ser um encanto.
Eu tenho por cá umas Westvleteren, Rochefort e Thomas Hardy a envelhecer. Vamos ver quantos anos aguento olhando para elas e resistindo! :)
Certamente vem coisa boa ai, caro VdeAlmeida!
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