06 julho 2010

As Empoeiradas: Chimay Première 1987


Cervejas safradas ainda são raras em terras brasileiras. Nosso mercado cervejeiro, por ser relativamente novo, recebeu pouca coisa que merece ser guardada.

Para que uma cerveja evolua com o tempo, ela deve apresentar estrutura para isso. Força alcoólica, lupulagem acentuada e refermentação na garrafa são algumas delas. Porém, a maioria das cervejas deve ser bebida o mais jovem Possível, já que não são desenhadas para enfrentar o tempo.

Em setembro do ano passado, durante minha Trappist Tour, passei pela cidade de Antuérpia, onde conheci o Kulminator, um bar especializado em cervejas safradas. A carta deles é de chorar. Raridades como Chimay Bleue 1982, Thomas Hardy’s de vários anos, dentre outras, fazem um apaixonado por cervejas como eu não querer mais ir embora de lá! Porém, o Kulminator merece um post a parte, e apenas o citei agora para comentar que a cerveja abaixo, veio de lá, e foi dada de presente ao amigo André Clemente. E eu tive a sorte de ser convidado por ele para degustá-la!

Apesar de saber que a Chimay Première não apresenta a estrutura ideal para a guarda, estávamos ansiosos para saber como a cerveja produzida em 1987 havia se comportado na garrafa. Já haviam se passado 23 anos, mas de uma Chimay sempre pode-se esperar o melhor. No ano anterior eu já tinha passado por uma experiência interessante, quando na 1a Degustação Histórica provei uma Carlsberg 1964, que apesar de não estar perfeita, era bebível.

A Chimay Première 1987 também não estava perfeita, mas apresentava notas interessantes. Com baixa carbonatação, quase não formou espuma. No aroma, frutas secas e nozes dominavam as sensações, enquanto o paladar trazia leve adocicado, amêndoas, caramelo e um leve frutado. Sem dúvidas, uma experiência fantástica! 



As empoeiradas é uma seção do blog onde degusto cervejas de minha adega, que eu mesmo deixei envelhecer ou já comprei envelhecidas. 

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá Edu!
Como sempre, belo post!
Esse bar deve ser ótimo, hein? certamente vou querer conhecê-lo quando for para lá...
É muito interessante fazer essas experiências de guardar cervejas que podem ser envelhecidas e depois comparar as diferentes safras e a ação do tempo sobre elas... imagino que essa experiência deve ter sido fantástica mesmo!
Abração
Diego Cartier

Edu Passarelli disse...

Diego,

O bar é sensacional! Obrigatório para quem gosta de cervejas!

Abração

Vic disse...

É, o Kulminator é lenda mesma.
E essa Chimay devia ser um encanto.
Eu tenho por cá umas Westvleteren, Rochefort e Thomas Hardy a envelhecer. Vamos ver quantos anos aguento olhando para elas e resistindo! :)

Edu Passarelli disse...

Certamente vem coisa boa ai, caro VdeAlmeida!