20 janeiro 2009

As Empoeiradas : Degustação Vertical Unibroue



Edições da Unibroue 15 e da 16 estavam guardadas nas adegas Passarelli e Bob, a dois e um ano, respectivamente. Assim que recebi a Unibroue 17, recém aportada no Brasil, tratei de armar com o amigo uma degustação vertical.

As Unibroue comemorativas de aniversário sempre são batizadas com o número de anos completados. A primeira delas foi a 10. Os anos 12, 13 e 14, não me perguntem por que, não tiveram edições de celebração. No Brasil elas passaram a chegar na edição 15. Até hoje as receitas foram de Belgian Strong Ale, variando a composição de maltes e lúpulos, mas sempre com a marcante levedura da microcervejaria canadense.

Neste último domingo aconteceu a degustação, que, além de nós, teve as ilustres presenças de André Clemente (Prazeres da Mesa) e Ana Carolina Oda (Beer Sommelière da Melograno). As três edições apresentavam teor alcoólico de 10%, refermentadas na garrafa e foram degustadas na mesma temperatura.

Por razões óbvias a primeira a ser degustada foi a 15. Com uma coloração dourada, turva, boa formação e média manutenção de espuma, a cerveja me lembrou frutas secas no aroma, com álcool destacado. Para o Bob, ela também se destacou no álcool, tanto em aroma quanto no paladar. A cerveja estava licorosa, apresentando baixa carbonatação, toques frutados, picantes e adocicados.


Seguimos com a 16, uma cerveja de coloração âmbar, também turva, com boa formação e duração de espuma. Desta vez foi Clemente quem alertou para a forte presença de álcool, que apesar de menor que na 15, também de destacou. Achei-a mais equilibrada que a primeira, mesmo concordando com esse álcool em excesso. Caramelo e frutas secas (ameixa, passas, figo) aparecem tanto no nariz quanto na boca.

Uma pausa antes da ultima cerveja da tarde para checar a 15, que neste momento já havia esquentado no copo. O Bob nos alertou para o interessante aroma de mel, que neste momento se destacava na cerveja.

Para finalizar, a Unibroue 17. A mais escura das três, com coloração amarronzada, também turva, com boa formação e duração de espuma, ela decepcionou. Como naquele momento já pensávamos que as cervejas não tinham estrutura para um bom envelhecimento (até por que já havíamos provado-as jovens), imaginamos que a nova safra estaria à altura das outras duas, boas cervejas quando provadas perto da data de fabricação, o que seria este caso. O primeiro a alertar para um aroma indesejado foi o André, que percebeu coco. Logo Bob lembrou: este aroma é típico de autólise. Percebi toques de vinho e madeira na cerveja, chocolate intenso, aliados à boa presença de malte e um frutado que remetia a frutas escuras. Carolina também destacou a presença de chocolate, e notou a presença de aromas semelhantes à casca de queijo brie.

Foi consenso geral que a 16 estava melhor dentre as três. Como sabemos que as cervejas podem ter sofrido especificamente nas garrafas por nós degustadas, logo mais podemos refazer a degustação, mesmo por que ainda possuímos outros exemplares, de origem diferente dos degustados.

  

As empoeiradas é uma seção do blog onde degusto cervejas de minha adega, que eu mesmo deixei envelhecer ou já comprei envelhecidas. 

4 comentários:

Anônimo disse...

Edu:

Nada ver com a postagem, que é excelente, venho aqui dizer que degustei a St. Nicolas tanto a filtrada, quanto a não filtrada e queria dizer que são duas excelentes cervejas assim como é a Tcheca. Pelo amor de Deus se vcs continuarem assim eu vou acabar ficando fã nº 1 de todas as cervejas da Beertruppe. Que venham mais cervejas por ai.

Abraços

Anônimo disse...

Edu tomei a 17 pela terceira vez ontem, havia tomado a primeira vez, mas como já tinha tomado uma ESB antes achei que tinha atrapalhado meu paladar, e não gostei, na segunda vez tomei a cerveja com o acompanhamento de um Prima donna Vermelho, mesmo assim fiquei com certas dúvidas , resolvi tomar pela terceira vez, só a cerveja. concordo com os toques de vinho e madeira, mas acabei encontrando uma ótima cerveja que no mesmo copo obtive 03 etapas de um ótimo sabor... gelada, média e temperatura ambiente... mas mesmo assim a 16 fica muito na frente.
um grande abraço
Eduardo

Anônimo disse...

Ótimo post edu, fiquei aqui com água na boca :)

Fui atrás de uma só que é bem salgada ($) mes que vêm eu degusto uma... Final de mês é complicado.

Abraços!

Anônimo disse...

Edu, estou precisando de uma indicação de mestre cervejeiro no Rio de Janeiro, consegue me indicar alguém e passar contato?

Obrigada

Juliana Braga

juliana.flaibam@agenciatudo.com.br