18 junho 2012

As Empoeiradas: Fuller's Vintage Ale 2008

As Vintage Ale são edições anuais de receitas especiais feitas pela cervejaria inglesa Fuller`s, sempre para evoluir com a guarda. Elas são produzidas em pequena quantidade, com receitas especiais do mestre-cervejeiro John Keeling. As garrafas são numeradas, e segundo a cervejaria, só possuem data de validade por que a lei obriga. Eles propõem que o consumidor as guarde pelo tempo que desejar, e afirmam que em experiências realizadas na fábrica, já degustaram cervejas teoricamente vencidas, mas que apresentavam uma incrível evolução.

Um dos elementos que garante esse longo período de guarda é a adição de levedura a garrafa, processo conhecido por bottle-conditionning. Este fermento continua agindo, e faz com que a cervejas desenvolvam novos aromas e sabores. Um alto nível de álcool e a generosa adição de lúpulos também colaboram para a longa duração.

A edição 2008 teve seu vencimento no rótulo em dezembro passado. Ainda possuo algumas em adega para acompanhar sua evolução em garrafa. Degustei em maio a garrafa No 21344, que apesar de apresentar alguns sinais de oxidação, ainda mostra complexidade, com malte bem presente, caramelo, frutas cítricase  amargor balanceado de lúpulo. Vamos ver como se comporta com mais um ano de guarda!

9 comentários:

André Silva disse...

Oxidação é um problema meio que comum em cervejas de guarda, não é? Quase todas que experimentei estavam oxidadas. Das com mais de 10 anos todas estavam.

Estou com duas vintage ales, uma 2009 e uma 1999, estou curioso pra essa experimentar elas.

Edu Passarelli disse...

André, você tem razão.

Porém, a refermentação na garrafa deveria minimizar este problema. Já degustei cervejas de guarda trazidas de fora onde a oxidação era pouco perceptível ou até era usada em favor do produto. Tenho uma teoria que as importadas para o Brasil não podem evoluir em garrafa, já que o fermento morre devido ao grande calor no trajeto da viagem.

Um abraço

Anônimo disse...

Caro,

Acredito que toda levedura morre depois de um período de tempo, indiferente da temperatura. Isso ocorre pelo ambiente nada hostil que fica dentro da garrafa passado alguns meses/anos.
Acho que o principal problema para a cerveja oxidar seja o fechamento com tampinha. A própria superficie de borracha dentro da tampa tende a ressecar, abrindo micro-espaços para o oxigênio entrar.
Talvez o acabamento com "cera" nos bicos destas garrafas, reduza esta possibilidade de entrar oxigênio pela tampinha.Vide a Nieuw Ligt Grand Cru 2005 que degustou, aparentemente não apresentou as notas e tinha cera no pescoço e tampa. Talvez um valioso apetrecho para agregar visual e conservar a cerveja.

Abraços

Paulo Feijão

Edu Passarelli disse...

Betti,

A levedura na garrafa é colocada para durar um bom tempo, meu caro. Se não ela não estaria ali! Justamente o oxigênio que entra na garrafa dá uma "vida extra" a ela, e em muitos casos, traz sabores e aromas terciários para cerveja.

Certamente a rolha metálica deixa passar mais O2. Mas em verticais de Cuvée Van de Kaizer, que usa rolha, já enfrentei oxidação justamente nas importadas para o Brasil, sendo que as que trouxe na minha mala, de safras mais antigas até, estavam boas.

Grande abraço

André Silva disse...

Além das Fullers na adega, estou com uma Chimay Blue 1989, Chimay Rood 1991 e Westmalle Dubbel 1992.
Acho que dessas só a Chimay Blue vai salvar, pois as outras são muito "suaves" pra guardar por tanto tempo.

Peguei todas no Kulminator!

Edu Passarelli disse...

André,

O Kulminator é um espetáculo, né!

Tenho algumas Chimay Blue também. 2001, 2003, 2004, 2008 e 2010. Estou em busca de mais para uma vertical!

Abraço

André Silva disse...

Fala Edu!

Se quiser eu posso contribuir com a minha 1989, mas é 330ml, se não tiver problema.
Tenho a 2008 e 2010 daquele série Grande Reserve:
https://beerplanet.eu/catalog/images/beers-1/103000705-CHIMAY-GRANDE-RESERVE-2008-beer.jpg
https://beerplanet.eu/catalog/images/beers-1/103001005-CHIMAY-GRANDE-RESERVE-2010-beer.jpg

Edu Passarelli disse...

Maravilha, André. Vamos agitar esta degusta assim que abrir o Aconchego Carioca aqui em São Paulo!

Abs

André Silva disse...

Fechado!
Quero experimentar o bolinho de feijoada faz tempo!

Abraços!