01 abril 2008

Chimay

Talvez esta seja a mais conhecida cerveja trappista. Produzida dentro da abadia Notre-Dame de Scourmont, no sul da Bélgica, emprestaram o nome Chimay de uma cidadezinha próxima e batizaram suas cervejas.

O monastério, um dos sete trappistas que produzem cervejas no mundo, foi fundado em 1850 e começou a produção comercial de cervejas em 1862. Na década de 90 as instalações foram modernizadas.

São três as cervejas com o nome Chimay, identificadas pelas cores branca (tripel), vermelha (dubbel) e azul (vintage). Todas passam por refermentação na garrafa, e são envasadas ou em garrafas de 750 ml com rolhas ou em exclusivas garrafinhas de 330 ml. A azul, que quando é engarrafada com rolha recebe o nome de Grande Reserve, é a única safrada dentre elas. Já a branca na versão de 750 ml recebe o nome de Cinq Cents, homenagem aos 500 anos da cidade de Chimay, completados em 1986, mesmo ano do inicio da produção do estilo. A vermelha na garrafa grande é chamada de Première.

Existe ainda uma versão mais suave de Chimay, uma ale dourada com 4,5% de álcool. Ela é produzida somente para o consumo dos monges e nunca é vendida ao público.

Degustei três delas, todas em suas versões menores. São cervejas fantásticas.
Chimay White – Tripel
8,0% ABV

Aparência: Laranja, leve turbidez, ótima formação e duração de espuma.
Aroma: Malte, picante, zimbro, laranja, lúpulo.
Paladar: Malte, doce, frutado (pêssego), condimentado, cítrico, picante, final seco.

Chimay Red – Dubbel
7,0% ABV

Aparência: Marrom escuro, ótima formação e duração de espuma.
Aroma: Malte, ameixa seca, picante, frutado, leve lúpulo.
Paladar: Malte, ameixa seca, frutas vermelhas, caramelo, amargor baixo.

Chimay Blue – Vintage – Safra 2007 9,0% ABV

Aparência: Vermelho para marrom escuro, boa formação e média duração de espuma.
Aroma: Vinho do Porto, madeira, malte, frutas secas, picante.
Paladar: Malte, licorosa, caramelo, frutada (cereja), picante, álcool presente.

22 comentários:

Luiz Felipe disse...

Salve Edu, estou curioso para a sua degustação da Chimay Blue 750ml, que você aparece na foto na entrevista para o Obiercevando.

Edu Passarelli disse...

Luiz,

Está já foi degustada...Pena que não fotografei. Repare pela Eisenbahn Weihnachts que a foto é antiga! Mas tenho outras boas por aqui, e em breve estarão no site!

Abraços

Luiz Felipe disse...

...tenho uma da safra de 2004 guardada... por isso a curiosidade também!

valeu

abraço

Rodrigo Campos disse...

Uma dúvida Edu: apesar da chimays white e red não serem safradas elas podem ser guardadas ou devem ser tomadas frescas? O que você acha melhor baseado na sua experiência?

Edu Passarelli disse...

Luiz,

Se prepare. Vai ser uma bela degustação! Tenho outra 2004 e uma 2001 aqui na adega. Fico até com dó de abrir! rs

Rodrigo,

Apesar de não serem safradas, elas podem ser guardadas sim. Além da data de validade longa, elas possuem um generoso teor alcoólico, o que ajuda em sua conservação. Além disso, a refermetação na garrafa faz com que a cerveja evolua com o passar do tempo. Mas isso é uma curva, e em determinado momento ela começa a cair... Eu beberia a tripel com no máximo uns 3 anos, e a dubbel até 4.

Abraços

Anônimo disse...

Edu,

As Chimay na minha opinião, são as melhores entre as 'Trappist Beer', tenho aqui comigo algumas dessas vintage que tambem tenho dó de abrir, mas uma hora dessas não vou resistir, consegui as de '98, '99, '00, '01, graças a uma amiga que foi passar um tempo na Belgica.

Aproveitando, qual cerveja você sugere para acompanhar uma sobremesa de figos ao forno com açúcar mascavo.

E tambem tenho que agradecer a dica sobre o almoço de pascoa, acompanhei o bacalhau com a Kwak e com a Duvel, foi muito bom, preciso repetir!!!

Abraços,

André Santiago

Edu Passarelli disse...

André,

Também sou fã das Chimay, e me divido entre elas e as Rochefort.

Para a sobremesa, arriscaria a Chimay rouge, ou até a Rochefort 8. São só os figos e o açucar ou tem algo mais?

Abraços

Anônimo disse...

Edu,

Pensei as seguintes cervejas: Rochefort, Maredsous 8 ou na Walls dubbel!

Levarei ao forno os figos cortados com uma calda de açúcar, um pouco de laranja (suco e raspas) manteiga, depois vou servir com uma generosa bola de sorvete de creme.

Abraços,

André Santiago

Edu Passarelli disse...

São três boas opções. A Wäls tem um lúpulo cítrico que talvez se encaixe bem ai. Depois conte aqui o resultado!!!

Abraço

Phil disse...

O "álcool quente" descrito na Chimay Blue é um termo muito utilizado para determinar falhas nas cervejas. Você tem certeza que sentiu o gosto de álcoois quentes?

Edu Passarelli disse...

Caro Phil,

Quando escrevi álcool quente, me referi à sensação de calor que o álcool da cerveja provocou na boca. Desconheço a afirmação de que isso se refere a um defeito...

Quanto a eu ter certeza se eu senti, lhe garanto que não escreveria nada que não fosse resultado de minha avaliação.

Dani Varanda disse...

Eu ainda acho a La Trappe imbatível. Provei a Chimay vermelha esses dias e não me surpreendi (não por não ser boa, mas por ter comparado com a holandesa). Serei obrigada a provar as demais versões, então.

Edu Passarelli disse...

Dani,
Estas trappistas são todas muito boas! rs

Qual La Trappe lhe agrada mais?

Abraço

Unknown disse...

Edu,

existe uma versão mais tradicional ou mais antiga da CHIMAY?

as mesmas perguntas lhe faço sobre as LA TRAPPE.


OBRIGADO!

Edu Passarelli disse...

Caio,

Você fala sobre outros estilos?

Conheço edições safradas, feitas para guarda, de ambas.

Abraço

Unknown disse...

não Edu,

eu quiz dizer: há uma versão mais importante das CHIMAY? ou uma que seja a mais antiga das versões?

o mesmo pergunto sobre as LA TRAPPE.

obrigado!

Edu Passarelli disse...

Caio,

Vou pesquisar, e caso ache algo, posto aqui!

Abraços

Unknown disse...

valeu!

Anônimo disse...

Olá Edu,

Experimentei a Chimay White (Tripel) hoje, que comprei no Tortula. Cerveja sensacional!

Parabéns pelo blog e pelas degustações.

Edu Passarelli disse...

Valeu, Claudinei!

Anônimo disse...

Edu,
tive a oportunidade de experimentar hoje duas Chimay Blue de safras diferentes (2004 e 2007) e a diferença é bem grande. A 2007 é ótima, mas a 2004 é extraordinária. Ela é mais licorosa e com caramelo 'à flor da pele'. Tudo isso é um pouco novidade pra mim (há pouco menos de um ano estou nessa viagem de boas cervejas) e gostaria de saber se a diferença entre elas acontece por serem de safras diferentes ou por ser a de 2004 mais 'envelhecida'. Quero saber: trapistas mais velhas são melhores?
abraços e parabéns pelo blog,
Alessandro

Edu Passarelli disse...

Olá Alessandro, tudo bom!

Fico feliz em saber que você está curtindo o mundo das boas cervejas!

As Chimay Blue são cervejas desenhadas para guarda. Possuem estrutura para isso, além da refermentação na garrafa. Esta refermentação vai trazer algumas mudanças na cerveja, resultado da ação do fermento. Suas percepções estão corretas. Elas vão ficando com maior sabor de malte, mais apuradas.

Quanto às trappistas mais velhas serem melhores, isso em parte é verdade. Elas passam uma uma curva de evolução, e depois de alguns anos tendem a piorar. Faça uma busca no google sobre uma degustação vertical delas, que saiu na Gula.

Um abraço